Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (21) a retirada da tarifa de 40% que incidia sobre mais de 200 produtos brasileiros. A decisão, publicada pela Casa Branca, beneficia itens como carne bovina, café, açaí, cacau, banana, tomate, coco, castanha de caju, mate e diversas especiarias, incluindo pimenta, canela, baunilha, cravo e noz-moscada.
A medida tem efeito retroativo para produtos que entraram nos EUA a partir de 13 de novembro, mesma data da reunião entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, quando o tema foi discutido.
Na semana passada, o governo Trump já havia reduzido tarifas para cerca de 200 produtos alimentícios importados de diversos países, baixando as alíquotas de 50% para 40%. Agora, para produtos brasileiros como café e carne, que foram afetados nas duas decisões, as tarifas retornam aos patamares anteriores ao chamado “tarifaço”.
Negociações entre Lula e Trump
Conforme o G1, ao contrário da ordem executiva anterior, de caráter global, a medida anunciada hoje tem foco exclusivo no Brasil. No documento, o presidente Donald Trump cita uma conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 6 de outubro, e afirma que a retirada das tarifas é resultado do progresso nas negociações bilaterais.
Trump escreveu que recebeu recomendações de autoridades americanas indicando que determinados produtos agrícolas brasileiros não deveriam mais estar sujeitos à alíquota adicional, em razão dos avanços iniciais nas tratativas com o governo brasileiro.
O governo brasileiro comemorou a decisão. Para o Itamaraty, trata-se de um avanço importante nas negociações retomadas em outubro e reforçado pela coincidência da data retroativa com o encontro entre Marco Rubio e Mauro Vieira.
Alívio para exportadores
A retirada das tarifas sobre café e carne bovina, especificamente, representa um importante alívio para os exportadores brasileiros. Os Estados Unidos são o principal comprador de café do Brasil, respondendo por cerca de 16% das exportações do produto.
Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), durante os meses de vigência da tarifa de 50%, entre agosto e outubro, as importações americanas de café brasileiro caíram 51,5% em comparação ao mesmo período de 2024.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) também comemorou a decisão. Em nota, destacou que a reversão das tarifas reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, incluindo o Brasil.
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