Exército envia 20 tanques para Roraima em meio a tensão entre Guiana e Venezuela.

Ministério da Defesa confirmou o envio de blindados para Roraima, que está em atenção por conta da disputa entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo.

Exército envia 20 tanques para Roraima em meio a tensão entre Guiana e Venezuela.
FOTO: Divulgação Defesa Brasil Noticias.

   O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou o envio de blindados do Exército para Roraima. O Estado está em atenção por conta da disputa entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo. No último domingo, o regime de Nicolás Maduro fez um referendo e a maioria dos venezuelanos aprovou medidas que podem resultar na anexação de parte do território, que é rico em petróleo e fica na Guiana. Venezuelanos referendaram a criação da província “Guayana Esequiba” no território de Essequibo. A medida prevê a concessão da nacionalidade venezuelana a 125 mil habitantes da região de Essequibo.

   Maduro já deixou clara a intenção de usar a força para tomar Essequibo. Tanto que já mandou mais militares para a fronteira com a Guiana, que promete resistir. O governo brasileiro tenta evitar o conflito. No fim da semana, o Exército brasileiro reforçou o contingente em Pacaraima, a cidade de Roraima mais próxima da Venezuela. A unidade militar da cidade passou de 70 para 130 militares. 

   A intenção é impedir o trânsito de militares da Venezuela em território brasileiro. Já o envio de blindados, segundo Múcio, estava programado para dar apoio em operações contra o garimpo. Por isso, vão ficar em Boa Vista, a capital de Roraima, mas disponíveis para eventual atuação em Pacaraima.

   Os veículos sairão do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul e devem demorar um mês para chegar a Boa Vista. A região de Essequibo faz fronteira com o Brasil. Cerca de 70% do total de 160 mil km² de Essequibo ficam na Guiana. A área equivale a cerca de dois terços do território nacional.

 

PF monitora movimentação na tríplice fronteira 

   O setor de inteligência da Polícia Federal também acompanha a situação da fronteira para passar relatórios de inteligência e embasar eventuais decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No sábado, em entrevista em Dubai, onde participava da COP-28, Lula disse esperar “bom senso” em relação ao plano da Venezuela para anexar o território de Essequibo. “Conversei por telefone com o presidente da Guiana duas vezes. O Celso [Amorim, assessor especial da Presidência] já foi à Venezuela conversar com o [Nicolás] Maduro]. Tem um referendo, que provavelmente vai dar o que o Maduro quer, porque é um chamamento ao povo para aumentar aquilo que ele entende que seja o território dele. E ele não acata o acordo que o Brasil já acatou”, afirmou Lula.

   Lula se referiu ao Acordo de Genebra, de 1966, resultado de uma campanha da Venezuela iniciada nos anos 1940 denunciando um laudo internacional que decretou que a região integrava a então Guiana Britânica como fraudulento. A Guiana alega que um laudo de 1899, feito em Paris, estabeleceu as fronteiras atuais, que dão à ela a maior parte do território em disputa. 

   Na sexta-feira (1º), juízes da Corte Internacional de Justiça ordenaram que a Venezuela se abstenha de tomar qualquer medida que altere a situação atual em Essequibo. Mas o tribunal não proibiu expressamente a Venezuela de realizar o referendo sobre os seus direitos à região em torno do rio Essequibo, como a Guiana pediu.

 

Empresa dos EUA descobriu campos de petróleo na região

   A Guiana considera a consulta popular uma ameaça à sua integridade territorial e busca ajuda internacional, o que a Venezuela vê como interferência em seus assuntos internos. Os Estados Unidos ameaçaram impor novas sanções ao governo de Maduro, que mandou mais militares para a as fronteiras com a Guiana e o Brasil. Em 2015, a disputa ficou mais acirrada, após a companhia norte-americana ExxonMobil descobrir campos de petróleo na região. São as maiores reservas de petróleo per capita do mundo.

   Com tal informação, a Guiana lançou em dezembro de 2022 a primeira rodada de licitações para explorar 11 campos petrolíferos em águas rasas e outros três em águas profundas e ultraprofundas. A Venezuela rejeitou as licitações, classificando-as como “ilegais” por envolverem “áreas marítimas pendentes de delimitação”.

Fonte(s): O Tempo.
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